Para ser sincero por vezes dou por mim a perguntar porque é que me meti nisto da politica, abdicando por essa razão de desfrutar de outras coisas que me um enorme prazer, como por exemplo, estar com a família, com os amigos e até mesmo passear ou ir ao cinema, já para não falar do tempo que perco na minha actividade profissional.
Hoje enquanto almoçava recebi uma série de email's. Fui dando por isso através dos sinais sonoros, mas como a conversa estava animada, não tive sequer a curiosidade de olhar para o telemóvel. Só no final, quando estava prestes a ir trabalhar mais um pouco, é que olhei para o telemóvel e vi a indicação de quantos emails tinha recebido. Meio brincar, disse para a pessoa com que estava, agora é que tenho mesmo que ir, tenho aqui 33 emails para ver.
Dirigi-me para o carro, estava no piso menos quatro de um parque de estacionamento e foi nesse percurso que abri o telemóvel para dar uma "vista de olhos" nas mensagens que tinha recebido. Olhei para os remetentes, eram muitos e diferenciados, contudo o assunto, em quase todas a mensagens infelizmente era o mesmo: A .... partiu!
A ...., era uma rapariga com cerca de 25 anos que há uns anos tinha feito uns trabalhos como promotora na empresa onde exerço a minha actividade profissional, era engraçadissima, sempre alegre e bem disposta, o tipo de pessoa de quem dizemos, "cheia de vida".
Parece que ainda a estou a ver ao lado da minha secretária, onde ela ia sempre cumprimentar-me, a fazer perguntas e a dizer-me - quando achar que estou a falar de mais, diga.
Há muito que não a via, quando começou a tirar o curso poucas mais vezes apareceu lá no escritório, agora já estava a trabalhar e em meia dúzia de dias, apanhou um septicémia e partiu.
Em menos de sete dias, esta foi a terceira pessoa que eu conhecia, a partir. Certamente por ser nova e por sempre ter espelhado no rosto uma enorme alegria e frescura, fez-me mais confusão. Chegou a passar-me pela cabeça: até que ponto "vale a pena" andar preocupado e estar metido nesta coisa da politica?
Penso saber que "vale a pena", nem que seja para me sentir gratificado por colaborar naquilo que na minha opinião é: criar um mundo melhor. Mas nem de propósito, há pouco, ao ler um post num blogue vizinho, reentendi na total plenitude, que é mesmo por isso e por razões como essas que a minha participação, para mim, faz mesmo sentido. Não posso consentir e não posso aceitar que em Portugal haja situações como esta.
5 comentários:
É essa a diferença entre um político e um oportunista. Entre o que está na vida pública por causas e o que está na política para fazer uma carreira para seu único e exclusivo bem. Entre os que estão para servir e os que estão para se servir. Quem está para servir nunca é prepotente. `As vezes desanima, é humano. Às vezes cansa-se, é compreensível e não podemos pedir-lhe que seja mártir.
A única coisa que se exige a um político, é que seja justo, competente e honesto. Não temos o direito de pedir mais. Mais que isso é uma decisão que só a ele cabe.
Presente!!!
Count on me. Não é política é responsabilidade social e vergonha na cara.
Claro que sim! Estamos aqui Miguel!Teremos que "chamar" mais gente! Quem quiser acabar com esta vergonha chegue-se à frente agora ou acobarde-se pra toda a vida!
É isso mesmo Madalena! Assim é que é falar!Isto de "uma no cravo outra na ferradura", ou de "agradar a gregos e a troianos", não dá para alterar a nossa desgraça. Isto de ficar calado a ver o que é que os outros fazem, também não nos leva longe. Para mudar, é preciso arriscar. E podem crer, isto um dia muda, ou a bem, ou a mal.
Pois é amigo Xico, mas já ouvi dizer que o político não tem que executar só tem que fazer política!Olhe só o estado de desgraça a que chegámos com essa mentalidade! Idealizar também passa por concretizar, fazer acontecer! "O homem pensa, a obra nasce", por isso palavras leva-as o vento e falinhas mansas de políticamente correcto é um dejavu que não nos leva a lado nenhum! Vamos fazer coisas, mudá-las a sério!
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