Há muitos de nós que nos sentimos enganados demasiadas vezes.
Ontem, na inauguração do pavilhão multiuso de Odivelas também eu me senti enganado. Não pela obra, mas por um dos convidados, o actual líder do futesal do Sporting, Carlos Vaz, mais um daqueles que deve viver a assobiar para o lado.
Então, outro dirigente, Fernando Nascimento, bancário na altura, fez-me um desafio chegando mesmo a brincar com o meu benfiquismo: falar do futebol de salão e do Sporting sem dúvida uma das melhores e mais bem organizadas equipas entre as poucas que praticavam a modalidade no País.
Ao fim de uns treinos e jogos conclui estar perante uma disciplina desportiva empolgante, diante de um futebol dinâmico, que corria a velocidade quase estonteante, cheio de golos e que tinha a enorme vantagem de ser praticado num recinto fechado sem vento, chuva ou sol.
Estavam reunidas as condições para o sucesso.
Fernando Nascimento e Melo Bandeira (este último o líder da secção do futebol de salão do clube de Alvalade na altura) fizeram apaixonar-me pela modalidade. Passei a ser amante da equipa do Sporting que acompanhei em Janeiro de 1988 ao Torneio de Indoor futebol de Berlim, jogado num pavilhão com mais de 40 anos, reclassificado com mais de 25 mil lugares sentados e um conjunto de mordomias que nem o Pavilhão Atlântico as possui.
Guardo fotografias em papel e recortes de dezenas de artigos que então escrevi sobre um jogo que considero espectacular – fi-lo com o maior prazer e isenção em o Século, Jogo, Primeiro de Janeiro, Correio da Manhã e ainda estimulei colegas do Record.
Esta tarde, na presença do vereador Rui Francisco da Câmara de Odivelas, Carlos Vaz fingiu não me conhecer, nem mesmo depois de pronunciar o meu nome... sabendo-se até que Luís Pignatelli e Moniz Pereira estão intimamente associados aos enormes sucessos do atletismo do Sporting à data de Carlos Lopes, Fernando Mamede, irmãos Castro, entre tantos outros.
Decididamente, os portugueses têm memória curta, porventura curta de mais (sujam o prato onde comeram ou continuam a comer) e talvez por isso o País está como está.
José Maria Pignatelli
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