25.10.10

Morre uma criança a cada 6 segundos


No planeta, a cada 6 segundos que passam há uma criança que perde a vida por fome. Exactamente, morre um menor em cada 6 segundos que passam porque não tem nada para comer nem água para beber.

Quantos de nós pensamos nisto uma única vez que seja durante as 24 horas do dia?

Este fim-de-semana as competições do futebol em vários países associaram-se à luta contra a fome.

Só ninguém percebeu de que forma:

- Se são os clubes a prescindir de parte da receita;

- Ou os jogadores dos maiores clubes dos prémios ou percentagem dos chorudos vencimentos que auferem mensalmente e ainda por cima nem sempre declarados para poderem ficar isentados dos impostos... essa coisa horrível que só os menos abonados e os que trabalham por conta de outrem devem pagar para que a sociedade seja realmente mais justa.

Como operação de marketing resultou em cheio: o prestígio de alguns cresceu.

Falta saber se este esforço vai chegar ao destino.

Tenho imensas dúvidas. Sou um dos imensos testemunhos de que apenas 10, 15, 20% no máximo da ajuda humanitária chega ao destino.

Aliás, andam por aí candidatos à Presidência da República Portuguesa que sabem disto perfeitamente e, muitas vezes armam-se em meninos de coro como se não tivessem tentações em pecar. Às vezes passam minutos aos gritos para que a alma se lhes alivie.

Oxalá venhamos a conhecer os resultados práticos desta jornada contra a fome e quantas crianças deixaram de morrer por cada 6 segundos e porquanto tempo foi possível garantir?!


Já agora perdoem-me os egoístas dos mais abonados que mandam fazer panelas de cozinha com pegas em ouro e ornamentos em diamantes ou automóveis banhados a prata... É que 1,5% do PIB dos países mais ricos dava para reduzir a fome planetária a mais de metade, todos os anos.


José Maria Pignatelli

1 comentário:

Maria Máxima Vaz disse...

A mais grave doença do nosso tempo é a indiferença.

Dr. Fernando Nobre