Fernando Costa, presidente da Câmara de Caldas da Rainha, foi dos que mais colocou o dedo na ferida sobre o actual estado da Nação no programa Prós & Contras da RTP. Obviamente deu umas directas ao que mais tem afectado o seu concelho e a sua cidade – a falência da indústria da cerâmica e a diminuição do turismo.
Falou de uma verdade inquestionável a que todos fogem em responder:
Como é possível o mercado aceitar peças chinesas sem certificado que se fossem produzidas em Portugal não tinham qualidade para ser comercializadas... mais, eram proibidas de ser vendidas no mercado nacional e rejeitadas na União Europeia.
Fernando Costa sabe do que fala – das imitações feitas nos países asiáticos como da loiça de Alcobaça.
Na sua terra uma das principais capitais da cerâmica já pouco resta como a fábrica Bordalo Pinheiro salva por intervenção do Grupo Visabeira sem que antes mais de um terço dos trabalhadores tivesse de procurar outros rumos.
A percentagem de desempregados é elevada e o poder de compra baixou a olhos vistos... basta ver o número de lojas de porta fechada a contrastar com um passado de grande prosperidade.
O autarca de Caldas da Rainha - conhecido pela sua irreverência, intervenções mais empolgadas e também por uma ou outra obra megalómana publicamente contestada – teve a virtude para advertir nos últimos anos sobre o futuro do País e os perigos que pairavam sobre certos sectores da economia nacional, particularmente do comércio, tanto mais que gere uma cidade há décadas que vive disso mesmo, do turismo quase tanto como da fruticultura.
E nem deixou passar em claro os números gastos e previstos gastar com o despesismo de carácter representativo do Estado, com os combustíveis e parques automóveis, nestes capítulos na óptica da moralidade que tem de ser dada por quem governa. Fernando Costa recordou que apenas se serviu de dois automóveis em mais de 20 anos.
Ontem, Fernando Costa esteve de parabéns!
José Maria Pignatelli
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