“Tenho uma farda, sou polícia e quem manda sou eu”, eis a afirmação do agente “LS” da esquadra de Caneças ao interpelar-me na firme convicção de que perseguia o veículo da PSP onde seguia.
Extraordinário, estávamos no intervalo de um filme de ficção – eram mais ou menos 22 horas.
Antes abordou-me com a velha máxima expressão “se havia algum problema”... E ainda no pleno uso da sua autoridade - convenhamos que improfícua – mandou-me baixar o volume do rádio.
E para satisfazer o seu ego exigiu-me que fizesse o teste de alcoolemia por três vezes, insinuando que devia ser a primeira vez que o fazia... Pois claro que o nosso zeloso agente da autoridade pretendia ponta para pegar no impresso da contra-ordenação.
Decididamente a escola de polícia é como as outras escolas e universidades – ministram a instrução, mas não a educação e a cultura. Não é fácil construir um polícia porque se lhe muda a indumentária. E as Leis estudam-se e revêem-se muitas vezes para que não subsistam dúvidas e se cometam erros.
Obviamente que a instituição PSP tem dezenas de milhares de funcionários e só por isso arrisca-se a ter nos quadros elementos menos capazes.
De qualquer forma e à semelhança de outras carreiras da função pública os agentes da PSP devem ser avaliados.
Também não será de menos referir que as suas lutas laborais podendo ser justas, existem funcionários públicos com licenciaturas que auferem mensalmente salários inferiores à média praticada na Policia de Segurança Pública.
E por fim relembro ao jovem agente “LS” que a autoridade conquista-se com respeito e não se impõe... e que existem dezenas de outras profissões onde se utilizam fardas.
José Maria Pignatelli
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