Crise vai assaltar barriga dos portugueses
Que os tempos que se aproximam se adivinham difíceis já todos sabíamos. Essas notícias animadoras entram-nos diariamente pelos ecrãs da televisão, aquando dos noticiários. São relatos encorajadores, estimulantes para as nossas capacidades produtivas, muito mais quando se culpa o sistema como se o sistema fosse um papão qualquer que ninguém sabe do que se trata.
Mas ficamos todos contentes porque afinal esta crise e estes sistema são extensíveis aos outros países da Comunidade Europeia, também eles em muito maus lençóis segundo os nossos eleitos no poder. Eles são os únicos que andam lá por fora e também os únicos donos da verdade.
Pois é, mas a realidade é bem diferente senão vejamos:
Na vizinha Espanha mergulhada numa profundíssima crise, o IVA que recai nos produtos alimentares varia entre os 4 e os 8 pontos percentuais (precisamente, entre 4% e 8%);
Em Portugal de acordo com as inscrições no Orçamento de Estado vamos ter alguns bens de necessidade primária que vão sofrer um “saltinho” no IVA directamente de 6% para 23%, a exemplo de qualquer litro de leite, com aditivos nem que isso seja maior dose de cálcio ou chocolate, iogurtes com pedaços de fruta ou cereais, e uma palete cheia de referências de produtos deste género. Manteigas e óleos alimentares saltam uma barreira menor – de 13% para 23%.
Os comentadores de questões económicas já se puseram a fazer contas sobretudo à unidade de algumas destas referências de alimentos… como se comessem uma só porção destas, por cada mês que passa.
Meus caros sejam mais honestos.
Aqui o que se encontra em causa não são opções ideológicas nem partidos políticos. São pessoas. Os sucessivos responsáveis pelo sistema. Os que passaram uma, duas e três décadas a “olhar para os seus umbigos” e que agora auferem reformas milionárias por meia dúzia de anos de serviço contrastando com outros concidadãos que trabalharam dezenas de anos para receberem aposentações da ordem dos 200 e 300 euros mensais.
Pois bem, feitas as contas à pressa, percebe-se que há litros de leite que vão aumentar 12 e 14 cêntimos e paletes de 4 e 6 iogurtes cujo aumento ultrapassa os 54 e 62 cêntimos.
Num exercício absolutamente caseiro, um cabaz de compras no supermercado de 260 euros poderá ultrapassar os 315 euros a partir da entrada em vigor do novo Orçamento de Estado, obviamente sem acrescentarmos um único cêntimo relativo à inflação.
O Estado na ânsia de arrecadar verbas imediatas (IVA é o imposto mais rápido de cobrar e se transformar em dinheiro) poderá deixar de o conseguir a médio prazo, porque vai dar um rude golpe na indústria agro-alimentar que subsistirá com incremento das exportações, simplesmente saindo do País ou encerrando as fábricas.
Curiosamente e livres desta problemática estão os poucos portugueses da desertificada linha de fronteira (do lado de cá, entenda-se) em pouco mais de 1.200 quilómetros que vão passara a fazer compras do lado espanhol.
Obviamente que se seguem outros sectores como a construção civil – num apartamento de 200.000 euros 2% (a mais no IVA) sempre são 4.000 euros (800 contos em moeda antiga).
Não menos grave são também os outros consumíveis diários como os combustíveis que no final do ano vão significar umas centenas de euros nas carteiras de cada português.
Apetece-me deixar 2 pensamentos:
1º - Como vai recuperar a economia portuguesa, particularmente o comércio com porta para a rua e já mesmo as grandes superfícies;
2º - Que princípios da tão badalada República (a comemorar os 100 anos), se estão a concretizar (?)
José Maria Pignatelli
Mas ficamos todos contentes porque afinal esta crise e estes sistema são extensíveis aos outros países da Comunidade Europeia, também eles em muito maus lençóis segundo os nossos eleitos no poder. Eles são os únicos que andam lá por fora e também os únicos donos da verdade.
Pois é, mas a realidade é bem diferente senão vejamos:
Na vizinha Espanha mergulhada numa profundíssima crise, o IVA que recai nos produtos alimentares varia entre os 4 e os 8 pontos percentuais (precisamente, entre 4% e 8%);
Em Portugal de acordo com as inscrições no Orçamento de Estado vamos ter alguns bens de necessidade primária que vão sofrer um “saltinho” no IVA directamente de 6% para 23%, a exemplo de qualquer litro de leite, com aditivos nem que isso seja maior dose de cálcio ou chocolate, iogurtes com pedaços de fruta ou cereais, e uma palete cheia de referências de produtos deste género. Manteigas e óleos alimentares saltam uma barreira menor – de 13% para 23%.
Os comentadores de questões económicas já se puseram a fazer contas sobretudo à unidade de algumas destas referências de alimentos… como se comessem uma só porção destas, por cada mês que passa.
Meus caros sejam mais honestos.
Aqui o que se encontra em causa não são opções ideológicas nem partidos políticos. São pessoas. Os sucessivos responsáveis pelo sistema. Os que passaram uma, duas e três décadas a “olhar para os seus umbigos” e que agora auferem reformas milionárias por meia dúzia de anos de serviço contrastando com outros concidadãos que trabalharam dezenas de anos para receberem aposentações da ordem dos 200 e 300 euros mensais.
Pois bem, feitas as contas à pressa, percebe-se que há litros de leite que vão aumentar 12 e 14 cêntimos e paletes de 4 e 6 iogurtes cujo aumento ultrapassa os 54 e 62 cêntimos.
Num exercício absolutamente caseiro, um cabaz de compras no supermercado de 260 euros poderá ultrapassar os 315 euros a partir da entrada em vigor do novo Orçamento de Estado, obviamente sem acrescentarmos um único cêntimo relativo à inflação.
O Estado na ânsia de arrecadar verbas imediatas (IVA é o imposto mais rápido de cobrar e se transformar em dinheiro) poderá deixar de o conseguir a médio prazo, porque vai dar um rude golpe na indústria agro-alimentar que subsistirá com incremento das exportações, simplesmente saindo do País ou encerrando as fábricas.
Curiosamente e livres desta problemática estão os poucos portugueses da desertificada linha de fronteira (do lado de cá, entenda-se) em pouco mais de 1.200 quilómetros que vão passara a fazer compras do lado espanhol.
Obviamente que se seguem outros sectores como a construção civil – num apartamento de 200.000 euros 2% (a mais no IVA) sempre são 4.000 euros (800 contos em moeda antiga).
Não menos grave são também os outros consumíveis diários como os combustíveis que no final do ano vão significar umas centenas de euros nas carteiras de cada português.
Apetece-me deixar 2 pensamentos:
1º - Como vai recuperar a economia portuguesa, particularmente o comércio com porta para a rua e já mesmo as grandes superfícies;
2º - Que princípios da tão badalada República (a comemorar os 100 anos), se estão a concretizar (?)
José Maria Pignatelli
1 comentário:
Acabemos com as refeições! Recomenda-se uma dieta republicana!
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